Receber o diagnóstico de um tumor cerebral é, sem dúvida, um momento de grande impacto para o paciente e seus familiares. Diante da notícia, surgem muitas dúvidas: é benigno ou maligno? Precisa operar? Qual é o risco?
Em muitos casos, a indicação do tratamento cirúrgico do tumor cerebral é o primeiro passo para controlar ou até curar a doença. Mas essa decisão depende de vários fatores.
Entenda mais sobre a área que trata cirurgicamente os tumores cerebrais, qual a indicação de cirurgia e mais.
Neurocirurgia oncológica
A neurocirurgia oncológica é a especialidade que une conhecimentos da neurocirurgia e da oncologia. Este especialista é responsável pelo cuidado de pacientes com tumores no sistema nervoso central que recebem a indicação de tratamento cirúrgico.
O neurocirurgião é o médico especializado nesse tipo de abordagem e realiza procedimentos de alta complexidade para ressecção de lesões benignas ou malignas.
Durante minha formação, realizei um estágio internacional na China em que acompanhei e participei de diversas cirurgias de retirada de tumores cerebrais intrínsecos – ou seja, está em conjunto com tecido encefálico saudável, sendo a sua diferenciação um desafio. Neste período, adquiri experiência prática em técnicas avançadas de acesso, ressecção segura e preservação das áreas funcionais do cérebro. Confira um relato curto dessa vivência.
Quando operar um tumor cerebral?
A cirurgia de tumor no cérebro costuma ser indicada quando há possibilidade de retirar a maior parte da lesão com segurança, minimizando danos às áreas funcionais do cérebro. A decisão depende do tipo do tumor, da sua localização, tamanho, velocidade de crescimento e do estado clínico do paciente.
Geralmente, tumores cerebrais que causam sintomas como crises convulsivas, dores de cabeça persistentes, alterações cognitivas, visão turva ou perda de força nos membros são fortes candidatos à abordagem cirúrgica. Porém, mesmo tumores assintomáticos podem exigir cirurgia se estiverem crescendo rapidamente.
A operação pode ter finalidade curativa — em casos de tumores benignos e bem delimitados — ou terapêutica, para reduzir a massa tumoral e aliviar a pressão intracraniana. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e facilitar o tratamento complementar com radioterapia ou quimioterapia, a depender do seu subtipo.
Cirurgia de tumor cerebral: como funciona?
A cirurgia de tumor cerebral é um procedimento de alta complexidade, realizado com o apoio de tecnologias avançadas, quando necessárias, como neuronavegação, microscopia cirúrgica e monitoramento intraoperatório.
O objetivo principal é remover a maior quantidade possível do tumor, preservando as funções neurológicas do paciente. Quando não é possível retirar toda a massa tumoral, o restante pode ser tratado com terapias adjuvantes. Em tumores agressivos, a cirurgia tem papel importante no controle da progressão da doença e no alívio dos sintomas.
Nem todo tumor cerebral precisa de cirurgia
É importante destacar que nem todo tumor cerebral precisa de cirurgia. Lesões pequenas, estáveis, de características benignas e sem sintomas, ou localizadas em áreas de alto risco funcional, podem ser apenas monitoradas com exames de imagem periódicos. Em alguns casos, o tratamento clínico com medicamentos, radioterapia ou quimioterapia pode ser mais indicado, dependendo da natureza da lesão.
A decisão deve sempre ser tomada de forma individualizada, considerando os riscos e benefícios para cada paciente. A avaliação multidisciplinar com neurocirurgião, oncologista e neurologista é fundamental nesse processo.
Sinais e sintomas de tumor cerebral
Os sinais e sintomas de um tumor cerebral podem variar de acordo com o tipo, tamanho e localização da lesão. Entre as manifestações mais comuns estão dores de cabeça persistentes, que tendem a piorar ao longo do tempo, crises convulsivas, alterações cognitivas, dificuldade de concentração, visão turva, desequilíbrio, náuseas e perda de força ou sensibilidade em braços e pernas.
A avaliação especializada é fundamental para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado.
Riscos e benefícios da cirurgia para tumor cerebral
Como todo procedimento invasivo, a cirurgia de tumor cerebral envolve riscos, que variam de acordo com a localização da lesão, saúde geral do paciente e extensão do procedimento. Entre os riscos possíveis estão infecções, sangramentos, déficits neurológicos temporários ou permanentes e crises convulsivas.
Por outro lado, os benefícios costumam superar os riscos, especialmente quando a cirurgia proporciona alívio dos sintomas, prolonga a sobrevida e oferece a chance de cura. Além disso, em muitos casos, operar é a única forma de obter diagnóstico preciso, por meio da biópsia do tecido removido, o que orienta o melhor tratamento complementar.
O tratamento cirúrgico do tumor cerebral deve ser indicado com base em uma avaliação minuciosa e criteriosa, respeitando a individualidade de cada caso. O acompanhamento com um neurocirurgião experiente é essencial para definir o melhor momento para a cirurgia, os cuidados envolvidos e as estratégias de recuperação.
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Perguntas frequentes sobre cirurgia de tumor cerebral
Não. A indicação cirúrgica depende de vários fatores, como tipo do tumor, localização, tamanho e sintomas. Alguns tumores benignos, assintomáticos ou de crescimento lento podem ser apenas acompanhados com exames periódicos, sem necessidade de cirurgia.
Os riscos incluem infecções, sangramentos, convulsões e déficits neurológicos. Já os benefícios envolvem alívio de sintomas, melhora na qualidade de vida, diagnóstico preciso por biópsia e, em alguns casos, a possibilidade de cura. A decisão deve ser sempre individualizada, com base em avaliação especializada.
O pós-operatório da cirurgia de tumor cerebral exige cuidados específicos. O paciente geralmente permanece sob observação em unidade de terapia intensiva (UTI) nas primeiras 24 a 48 horas, para monitoramento neurológico contínuo, porém, se a equipe julgar necessário, essa estadia deve ser estendida. A recuperação varia conforme a complexidade da cirurgia e o estado geral do paciente.
A reabilitação pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico. Em muitos casos, o paciente retoma gradualmente suas atividades normais com suporte multidisciplinar. Sessões de radioterapia ou quimioterapia podem ser indicadas após a cirurgia, conforme o tipo do tumor identificado na biópsia.