Dr. André de Mendonça

Sinais de AVC: como identificar rápido e o que fazer ao suspeitar de um derrame

Descubra os principais sinais de AVC, como agir diante de um possível derrame e qual a diferença entre AVC isquêmico e hemorrágico. Atendimento rápido salva vidas!

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, é uma emergência médica que ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido, impedindo que o tecido cerebral receba oxigênio e nutrientes. Quando isso acontece, as células cerebrais começam a morrer em poucos minutos. É por isso que o atendimento rápido ao AVC faz toda a diferença para salvar vidas e reduzir sequelas. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o início do tratamento, maiores são as chances de recuperação.

Por isso, reconhecer os sinais de AVC e saber o que fazer em caso de AVC é fundamental. Mesmo leigos podem aprender a identificar os sintomas de derrame cerebral, acionando socorro imediatamente. Além disso, é importante entender a diferença entre um AVC e um aneurisma, já que ambos podem apresentar sintomas semelhantes, mas exigem abordagens médicas distintas.

O que é o AVC e quais os seus tipos

O acidente vascular cerebral pode ser dividido em dois tipos principais:

  • AVC isquêmico: causado pela obstrução de uma artéria cerebral. Representa cerca de 85% dos casos.

  • AVC hemorrágico: ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, provocando sangramento no tecido cerebral. Esse tipo é mais grave e tem maior taxa de mortalidade, com inúmeras causas, como hipertensão descontrolada, aneurismas cerebrais e malformações vasculares.

Em ambos os casos, o resultado é a interrupção do fornecimento de sangue para o cérebro, o que pode causar danos no tecido cerebral permanentes dependendo da extensão. O ideal é que o paciente receba atendimento especializado dentre as primeiras 4 horas e meia após o início dos sintomas – uma janela crítica chamada de “janela terapêutica”, sendo o quanto antes melhor.

Principais sinais de AVC

Os sintomas do AVC podem ser leves no início e piorar rapidamente. Em alguns casos, o paciente pode apresentar apenas confusão mental ou desequilíbrio, o que pode ser confundido com outras condições menos graves.

Outros sinais que podem indicar um AVC iminente incluem:

  • Fraqueza ou paralisia súbita de um lado do corpo (braço, perna ou face);
  • Dificuldade para falar ou compreender a fala;
  • Alterações na visão, como visão dupla ou perda súbita da visão em um dos olhos;
  • Tontura intensa, perda de equilíbrio ou coordenação;
  • Dor de cabeça muito forte e súbita, sem causa aparente.

     

Esses sintomas surgem de forma súbita e requerem ação imediata. Um método simples para identificar os sinais de um AVC é o teste SAMU (ou BE-FAST – Balance; Eyes; Face; Arms; Speech; Time em inglês):

  • Sorriso torto
  • Abraço fraco (dificuldade em levantar os braços)
  • Música (para ver se a fala está embolada ou incoerente)
  • Urgência – chame o 192 imediatamente
  • Além de avaliar visão do paciente e equilíbrio

 

Diferenças entre o AVC Isquêmico e o AVC Hemorrágico

Embora ambos sejam tipos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico têm causas, tratamentos e riscos diferentes. Entender essas diferenças é fundamental para reconhecer os sinais e buscar atendimento médico rápido e adequado.

AVC Isquêmico – “Entupimento”

O AVC isquêmico acontece quando uma artéria do cérebro é obstruída por um coágulo, impedindo a passagem do sangue e do oxigênio. Essa falta de circulação leva à morte das células cerebrais na área afetada.

  • Mais comum: representa cerca de 80% dos casos.
  • Causas frequentes: hipertensão, colesterol alto, diabetes, arritmias (como fibrilação atrial) e tabagismo.
  • Tratamento: pode incluir medicamentos para dissolver o coágulo (trombólise) ou procedimentos para removê-lo (trombectomia).
  • Urgência: quanto mais rápido o tratamento, maiores as chances de recuperação.

AVC Hemorrágico – “Sangramento”

Já o AVC hemorrágico ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo, provocando sangramento dentro ou ao redor do cérebro. Esse sangue fora do vaso comprime o tecido cerebral e pode aumentar perigosamente a pressão dentro do crânio.

  • Mais grave e menos comum: representa cerca de 20% dos AVCs.
  • Causas frequentes: hipertensão não controlada, aneurismas, malformações vasculares, traumas ou uso de anticoagulantes.
  • Tratamento: pode exigir controle da pressão intracraniana, cirurgia ou intervenções neurocirúrgicas para conter o sangramento.
  • Risco maior: o AVC hemorrágico tem maior taxa de mortalidade e complicações.

Atendimento rápido AVC: por que cada minuto conta

No caso de AVC, tempo é cérebro. A cada minuto sem tratamento, milhares de neurônios podem ser perdidos. Isso significa que a agilidade no socorro pode determinar se o paciente sairá com poucas ou nenhuma sequela, ou, até mesmo, sobreviverá.

O que fazer em caso de AVC

Ao perceber um ou mais sinais de AVC, o que fazer em caso de AVC é:

  1. Ligue imediatamente para o SAMU (192);

  2. Não dê nada para a pessoa comer ou beber, pois ela pode ter dificuldade de engolir;

  3. Mantenha a pessoa deitada de lado, com a cabeça ligeiramente elevada;

  4. Observe o horário dos primeiros sintomas, pois essa informação é essencial para os médicos definirem o tratamento;

Lembre-se: o atendimento especializado o mais rápido possível pode salvar a vida do paciente e evitar sequelas graves.

O que fazer em caso de AVC

O diagnóstico do AVC é feito principalmente por tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que identificam se o problema é isquêmico ou hemorrágico. A partir disso, os médicos definem o melhor tratamento.

No caso do AVC isquêmico, o tratamento pode incluir:

  • Medicamentos anticoagulantes e trombolíticos;
  • Controle rigoroso da pressão arterial e glicemia;
  • Fisioterapia e reabilitação precoce.

Já o AVC hemorrágico pode exigir:

  • Cirurgias para drenar o sangramento ou descomprimir o cérebro;
  • Controle intensivo de pressão intracraniana;
  • Monitoramento em UTI neurológica.

A recuperação pode variar muito de pessoa para pessoa e depende da gravidade do AVC, da rapidez do atendimento e das condições gerais do paciente.

Recuperação: AVC tem cura?

Muitas pessoas se perguntam se o AVC tem cura. A resposta é: sim, é possível se recuperar de um AVC, principalmente quando o atendimento é rápido e as sequelas são leves. No entanto, o AVC não tem uma “cura” simples. Ele pode deixar marcas permanentes, exigindo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento médico por meses ou anos.

A recuperação após o derrame inclui:

  • Reabilitação física e motora;
  • Apoio psicológico;
  • Mudança no estilo de vida;
  • Controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol alto.

Com um plano de reabilitação adequado, muitos pacientes conseguem retomar a rotina, inclusive o trabalho e a vida social.

Se você ou alguém próximo apresentar os sintomas descritos neste texto, não hesite: procure ajuda médica o quanto antes. O acidente vascular cerebral é grave, mas com informação e ação rápida, as chances de uma boa recuperação aumentam consideravelmente.

Perguntas Frequentes sobre AVC

Quais são os primeiros sinais de um AVC?

Os primeiros sinais de AVC incluem fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão, tontura súbita e dor de cabeça intensa. Qualquer sintoma que surja de forma abrupta deve ser levado a sério e investigado imediatamente.

O que fazer imediatamente ao suspeitar de um AVC?

O que fazer em caso de AVC: chame o SAMU (192) imediatamente, mantenha a pessoa calma e deitada, e não ofereça nada por via oral. O tempo é essencial para evitar sequelas graves.

O AVC tem cura? Como é a recuperação após o derrame?

Sim, AVC tem cura, especialmente quando o atendimento é rápido. A recuperação após o derrame varia conforme a gravidade, mas pode envolver reabilitação intensa e acompanhamento contínuo. Muitas pessoas conseguem se recuperar bem com tratamento adequado.